Muitos brasileiros estão endividados em 2021, segundo a CNC
Foi informado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) que na quinta-feira (5), o número de brasileiros que estão endividados foi o maior registrado desde 2010. O recorde histórico mostra que no mês de julho, 71,4% do total de consumidores tinham alguma dívida, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC).

As informações foram adquiridas via sondagens que acontecem mensalmente. No mês de julho teve uma alta de 1,7 ponto percentual em relação a junho. Já em comparação com o ano passado, o índice apresentou um aumento de 4 pontos percentuais.
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A crise econômica
A entidade afirma que os altos índices são um reflexo da crise econômica decorrente da pandemia da Covid-19. Os números indicam as consequências da inflação elevada, a falta de estímulos sociais e os altos níveis de desemprego no país. A junção desses fatores acabam diminuindo o poder de compra da população e os orçamentos domésticos.
"A renda dos consumidores está afetada pelas fragilidades do mercado de trabalho formal e informal, com o Auxílio Emergencial deste ano sendo pago com um valor menor", afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
Mais pessoas estão endividadas
A pesquisa foi dividida pela CNC em duas faixas de renda: menor e maior que 10 salários mínimos. As famílias que recebem menos, em julho de 2020, mostraram um percentual de endividamento de 69%, já em junho de 2020 o número foi para 70,7% e para 72,6% em julho.
Para as famílias que recebem mais do que 10 salários mínimos, a proporção também subiu de 65,5% para 66,3% em julho e no ano passado os números eram de 59,1%.
Nível de endividamento (% em relação ao total de famílias)
Categoria | Julho de 2020 | Junho de 2021 | Julho de 2021 |
Muito endividado | 15,5% | 14,7% | 14,6% |
Maios ou menos endividado | 25,0% | 24,6% | 25,6% |
Pouco endividado | 27,0% | 30,4% | 31,2% |
Não tem dívidas desse tipo | 32,4% | 30,3% | 28,5% |
Não sabe | 0,1% | 0,0% | 0,0% |
Não respondeu | 0,1% | 0,0% | 0,0% |
A CNC complementa que a parcela média da renda comprometida com débitos chegou a 30,5% da renda mensal, o resultado mais alto desde novembro de 2017.
O mau uso do cartão de crédito
Com os gastos por conta das variáveis do período, muitas famílias endividadas apostaram em adquirir ou aumentar o uso do cartão de crédito. No entanto, é preciso ter cuidado com os juros rotativos, pois a pesquisa mostrou que 82,7% das famílias que apresentaram dívidas utilizavam o cartão de crédito.
"A modalidade é a mais difundida pelas facilidades do meio de pagamento, porém a que oferece o maior custo ao usuário, quando se torna crédito rotativo", diz a CNC.
Os números trazem uma preocupação, pois mostram o aumento do endividamento que pode significar também um crescimento da inadimplência. A CNC mostra que o tempo médio de atraso na quitação de dívidas cresceu pela segunda vez, chegando a 61,9 dias em julho.
"Nos dois últimos meses, diminuiu o percentual de famílias com atrasos até 30 dias, porém aumentaram os atrasos entre 30 e 90 dias e os acima de 90 dias, indicando que as famílias inadimplentes estão precisando de mais prazo para quitarem seus compromissos em aberto", complementa a CNC.
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