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Saiba qual é a participação das mulheres no mercado financeiro

Por Camila SilveiraPublicado em

Você sabe qual é a participação das mulheres no mercado financeiro? De acordo com uma publicação da Forbes, o público feminino na Bolsa de Valores brasileira (B3) subiu de 179 mil para 924 mil CPFs inscritos no período entre 2018 e março de 2021. Esse número representa 26,6% do total de investidores até o momento.

Esse crescimento pode ter sido resultado do acesso um pouco mais facilitado à educação financeira que temos nos dias atuais, porém, quando o assunto é sobre o crescimento do público feminino na carreira, vale enfatizar que a participação das mulheres é um pouco diferente.

Segundo um levantamento realizado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), apenas 6% das pessoas que tiraram a Certificação de Gestores de Carteiras ANBIMA (CGA), direcionada para quem deseja trabalhar com investimentos e gestão de fundos, são mulheres.

Sabendo disso, quais são as barreiras que impedem o público feminino de ocupar mais espaço nesse mercado?

No terceiro episódio da Edição Especial Mulheres do Papo na Nuvem, Mara Luquet conversou com a Carolina Cavenaghi, da Fin4she, e com a Ana Leoni, da ANBIMA, sobre esse assunto. Confira os principais destaques da conversa.

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Como inserir as mulheres no mercado financeiro?

Em um espaço ainda muito ocupado por homens, a identificação e a educação são as formas mais eficazes de inserir as mulheres no mercado financeiro e, como resultado, quebrar as devidas barreiras.

Isso é o que acontece quando vemos o público feminino se tornando referência no assunto, ocupando cargos importantes e, até mesmo, sendo as responsáveis pelo surgimento de novas empresas deste segmento.

Uma pesquisa chamada "Female Founders Report", do Distrito, apontou que somente 4,7% das startups brasileiras foram fundadas por mulheres.

No setor de serviços financeiros, o estudo apontou que 29,3% das startups possuem mulheres em seu quadro societário e 8,2% são fundadoras ou cofundadoras. Confira a ocupação que as mulheres têm em diversos tipos de fintechs:

  • Crowdfunding: 37,5%;
  • Crédito: 21,4%;
  • Meios de pagamento: 14,3%;
  • Risco e compliance: 14,3%;
  • Dívidas: 12,5%;
  • Fidelização: 11,8%;
  • Investimentos: 10%.

Apesar dos números serem baixos, é possível ver uma participação maior das mulheres no mercado financeiro quando comparada com tempos atrás.

A Carolina Cavenaghi, cofundadora da Fin4she, plataforma de conexão de econssistemas para mulheres e marcas, sempre teve com contato com esse mercado, porém, a maternidade mudou sua forma de trabalhar.

"Eu já trabalhava no mercado financeiro há muitos anos e, quando engravidei, tive meus filhos e voltei da licença, comecei a questionar muito essa questão de diversidade e da equidade de gênero, da carreira da mulher, dessa pausa, e de como a gente lida e entra em contato com tudo isso.

Resolvi fazer um evento, o Woman in Finance, em 2019. Estava esperando 80 mulheres, mas foram 800 escritas.  

Desde então comecei a pensar em iniciativas de como eu poderia sair da teoria e ir para a prática para trazer essa pauta, tanto de carreira quanto de protagonismo, e de independência financeira feminina.  

Acredito muito que nós, mulheres, precisamos ir além dessa independência. Precisamos também saber o que fazer com o nosso dinheiro. Isso está totalmente ligado ao nosso envolvimento e conhecimento, em como lidamos com dinheiro e finanças no nosso dia a dia", afirmou.

A importância da participação das mulheres no mercado financeiro

Para a Ana Leoni, Superintendente de Educação Financeira e Market Data da ANBIMA, ela foi procurar um emprego, porém encontrou uma carreira.

Atualmente, elas é umas das mulheres do mercado financeiro que geram muito impacto positivo no público feminino, até porque o seu nome aparece na lista da Forbes com as 18 mulheres do segmento para acompanhar.

"Quando comecei a trabalhar no mercado financeiro entrei em uma equipe de 60 pessoas, aproximadamente 8 eram mulheres, mas ligadas diretamente a clientes e gestão éramos apenas duas. 

Já em outra empresa, sentava ao lado de uma pessoa (homem) que ganhava quase 40% a mais do que eu para fazer a mesma função. Acredito que isso, de fato, melhorou, mas é preciso mais identificação. 

Quando você está nesse setor, vê que as características, as qualidades e os traços de personalidade femininos fazem toda a diferença no equilíbrio da equipe. Há uma sensibilidade maior, seja na gestão, seja em uma atividade mais técnica. 

Não é um mercado de ‘boas-vindas’ para a mulher, é algo que tem que se conquistar. Mas também é preciso ter interesse das mulheres em fazer parte desse clube.

Ainda que não tenha essa placa de ‘boas-vindas’, é um mercado muito interessante."

As mulheres se posicionam diferente dos homens

Na conversa, a mediadora Mara Luquet, sócia fundadora do MyNews, canal de jornalismo no YouTube, ressaltou que há estudos que comprovam que as carteiras de ações gerenciadas por mulheres trazem retornos maiores.

"Nós temos muitos traços positivos como investidoras, traços que aplicamos no nosso dia a dia e que conseguimos aplicar também quando investimos. 

A mulher usa muito bem o chamado ‘buy and hold’ (comprar e segurar). Existem diversas pesquisas que mostram que as carteiras das mulheres têm uma rentabilidade muito melhor do que as dos homens porque somos menos reativas a notícias ruins e a crises. 

O homem tem uma tendência muito grande de pegar o telefone, já querer vender, trocar, e nós temos essa visão um pouco mais de longo prazo quando investimos, temos um pouco mais de calma.

O público masculino é muito focado em estratégia vencedora e de competitividade. Está sempre em busca de ter uma rentabilidade melhor e é um pouco mais agressivo quanto a isso.  

Já a mulher, pelos estudos de finanças comportamentais — obviamente não se aplica a todas, estou falando de uma forma muito genérica — têm a tendência de olhar como o dinheiro pode contribuir para ela, para a sua família e para os seus sonhos, e não buscando essa estratégia vencedora no sentido de competir", explica Carolina.

O papel da tecnologia na participação feminina e na diversidade

É importante esclarecer que esse ter posicionamento não significa que a mulher se arrisque menos que o homem, apenas que ela busca estudar e conhecer melhor o mercado antes de tomar uma decisão. Quanto a isso, a tecnologia tem um papel extremamente importante, conforme destaca a Ana:

"Acho que o mercado está começando a se comunicar melhor com as mulheres […] Hoje se tem acesso, e por meio desse acesso se busca a identificação. 

Com relação à diversidade, antes você tinha que ir a uma agência para fazer um investimento, ou discutir a sua vida financeira com uma pessoa com a qual não se identificava muitas vezes, homem ou mesmo mulher, mas não tinha tanto essa chance de se abrir e expor as suas questões.

Porém, é só a partir dessa exposição que se consegue entender profundamente o que precisa e encontrar caminhos para fazer o investimento mais adequado aos seus objetivos"

Ambas as entrevistadas concordam que para haver uma maior participação das mulheres no mercado financeiro é preciso que elas tenham coragem.

Para Carolina, as mulheres precisam ousar em falar sobre dinheiro sem achar que isso vai passar uma imagem de pessoa gananciosa ou materialista, enquanto os homens são vistos como investidores e sofisticados.

O mesmo vale para a carreira, além da importância de as mulheres seguirem os seus instintos.

Do ponto de vista de Ana, ela reforça a questão da coragem, da ousadia e que as mulheres busquem certificações na área que querem atuar.

"Se não há oportunidade, crie uma só para você. Temos que criar oportunidades na nossa vida profissional para podermos assumir coisas novas", orienta a superintendente do ANBIMA.

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Essas informações foram retiradas do blog Zoop. Esperamos que tenha gostado do conteúdo. Em caso de dúvidas ou sugestões, deixe o seu comentário para nós e até a próxima!

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Camila Silveira

Redatora e Especialista em Produtos e Serviços Financeiros na Foregon, adora descomplicar os cartões de crédito, empréstimos, financiamentos, seguros, contas digitais, entre outros. Boa parte do seu trabalho é acompanhar a movimentação dos bancos e instituições financeiras para trazer as principais notícias do mercado.

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