Veja por que as criptomoedas são alvo de pirâmides
Apesar dos esquemas de pirâmide existirem há um bom tempo, mais especificamente desde a década de 1920, eles continuam sendo utilizados para enganar pessoas até os dias de hoje. Se os mais antigos tinham como fonte o dinheiro "tradicional", como o real ou o dólar, atualmente, os golpistas se aproveitam de um ativo que tem se tornado cada vez mais comum: as criptomoedas!
O que você procura?
Mas afinal, por que as criptomoedas são alvo de pirâmides?
De acordo com especialistas, as criptomoedas são seguras e as falhas, humanas.
Desde o surgimento da primeira moeda virtual, o Bitcoin, há 13 anos, milhares de novos criptoativos surgiram e até hoje são vendidos em uma espécie de casa de câmbio, mais conhecida como exchange.
Quando comprados, eles ficam salvos na blockchain, uma rede de dados com todas as informações necessárias, tornando toda a operação completamente confiável.

Apesar de toda essa segurança, o CEO da Foxbit, Ricardo Dantas, alerta que as pessoas não devem investir no que não conhecem e precisam desconfiar sempre de alguém que está prometendo um retorno muito acima do praticado em qualquer mercado. "Na dúvida, se pergunte: ‘se essa pessoa ganha tanto dinheiro, ela precisa tanto do meu dinheiro?'".
De acordo com ele, o Bitcoin é a moeda mais utilizada nesses golpes de pirâmides, justamente por ser a mais famosa entre os consumidores brasileiros. Mesmo assim, isso não elimina a alta chance de ocorrerem fraudes com outras criptomoedas.
Minha recomendação é sempre estudar no que está investindo e conhecer muito bem a empresa que está lhe oferecendo estes retornos", explica.
Caso "Faraó dos Bitcoins"
Um dos casos mais recentes de pirâmides financeiras que ganhou o noticiário foi o do Faraó dos Bitcoins, responsável pela empresa fluminense GAS Consultoria e Tecnologia. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a empresa prometia um retorno de 10% sobre o valor investido pelo cliente.
Em um relatório do Banco Inter, publicado em setembro de 2021 com informações sobre fraudes financeiras, o analista de Research da instituição, Vitor Carvalho, lembra que esses tipos de golpes são muito comuns no âmbito dos criptoativos.
"Exemplos como o do Faraó do Bitcoin não são incomuns. Ocorreram casos parecidos com empresas como Minerworld, Unick Forex e Atlas Quantum", conta.
Interesse por criptomoedas cresceu
Segundo a analista da Suno Research, Gabriela Mosmann, as rentabilidades elevadas dos últimos anos tornam as promessas mais possíveis.
A Head de Equity Research do Inter, Gabriela Joubert, acrescenta que, como muitas pessoas se tornaram ricas com investimentos em criptomoedas devido a sua valorização expressiva, muitos golpistas têm mais facilidade em atrair novos investidores para o seu esquema.
"Por ser um setor relativamente novo, complexo, desconhecido e ainda não regulamentado, as promessas de retorno podem aparentar mais prováveis", pontua.
Hoje em dia, no Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), associada ao Ministério da Economia, não considera as criptomoedas como valores mobiliários. Além disso, o Sistema Financeiro Nacional não permite que as corretoras façam transações com esse tipo de ativo.
Sendo assim, só é possível investir nessa classe por meio de fundos de investimento com estratégias de investimento no exterior.
Como evitar cair em golpes de pirâmides financeiras?
Para Gabriela Mosmann, a única maneira de evitar é tendo uma boa educação financeira.
"Se não ensinarmos a população como identificar pirâmides, sobre o que são bons investimentos e como investir para o sucesso financeiro, não adianta desmascarar as pirâmides de hoje pois novas surgirão lá na frente se aproveitando de outros temas quentes do momento".
Descomplicamos?
Esperamos ter esclarecido as suas dúvidas sobre as criptomoedas e seus esquemas de pirâmides. Se você gostou do conteúdo, deixe o seu comentário para nós aqui embaixo e até a próxima!

Redatora e Especialista em Produtos e Serviços Financeiros na Foregon, adora descomplicar os cartões de crédito, empréstimos, financiamentos, seguros, contas digitais, entre outros. Boa parte do seu trabalho é acompanhar a movimentação dos bancos e instituições financeiras para trazer as principais notícias do mercado.
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